segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O que são transtornos de personalidade?

O que são transtornos de personalidade?

A personalidade é a maneira de pensar, sentir e se comportar que torna uma pessoa diferente das outras pessoas. A personalidade de um indivíduo é influenciada por experiências, ambiente (ambiente, situações da vida) e características herdadas. A personalidade de uma pessoa normalmente permanece a mesma ao longo do tempo. Um transtorno de personalidade é uma maneira de pensar, sentir e se comportar que se desvia das expectativas da cultura, causa sofrimento ou problemas de funcionamento e dura ao longo do tempo.

Existem 10 tipos específicos de transtornos de personalidade. Os transtornos de personalidade são padrões de comportamento e experiências interiores de longo prazo que diferem significativamente do esperado. O padrão de experiência e comportamento começa no final da adolescência ou no início da idade adulta e causa sofrimento ou problemas no funcionamento. Sem tratamento, os transtornos de personalidade podem ser duradouros. Os transtornos de personalidade afetam pelo menos duas dessas áreas:
  . Modo de pensar em si mesmo e nos outros
  . Maneira de responder emocionalmente
  . Maneira de se relacionar com outras pessoas
  . Maneira de controlar o comportamento

Tipos de transtornos de personalidade
  . Transtorno de personalidade anti-social : um padrão de desconsiderar ou violar os direitos dos outros. Uma pessoa com transtorno de personalidade anti-social pode não estar em conformidade com as normas sociais, mentir ou enganar repetidamente outras pessoas ou agir impulsivamente.
  . Transtorno esquivo da personalidade : um padrão de extrema timidez, sentimentos de inadequação e extrema sensibilidade às críticas. Pessoas com transtorno de personalidade esquiva podem não estar dispostas a se envolver com outras pessoas, a menos que tenham certeza de serem apreciadas, estejam preocupadas em serem criticadas ou rejeitadas ou possam se ver como não sendo suficientemente boas ou socialmente inaptas.
  . Transtorno da personalidade limítrofe:  um padrão de instabilidade nos relacionamentos pessoais, emoções intensas, baixa auto-imagem e impulsividade. Uma pessoa com transtorno de personalidade limítrofe pode fazer grandes esforços para evitar ser abandonada, repetir tentativas de suicídio, demonstrar raiva intensa inadequada ou sentimentos contínuos de vazio.
  . Transtorno da personalidade dependente:  um padrão de necessidade de cuidado e comportamento submisso e pegajoso. Pessoas com transtorno de personalidade dependente podem ter dificuldade em tomar decisões diárias sem tranquilizar os outros ou podem sentir-se desconfortáveis ​​ou desamparadas quando sozinhas por medo de incapacidade de cuidar de si mesmas.
  . Transtorno da personalidade histriônica : um padrão de emoção excessiva e busca de atenção. As pessoas com transtorno de personalidade histriônica podem se sentir desconfortáveis ​​quando não são o centro das atenções, podem usar a aparência física para chamar a atenção para si ou apresentar emoções exageradas ou que mudam rapidamente.
  . Transtorno da personalidade narcisista : um padrão de necessidade de admiração e falta de empatia pelos outros. Uma pessoa com transtorno de personalidade narcisista pode ter um grandioso senso de auto-importância, um senso de direito, tirar proveito dos outros ou não ter empatia.
  . Transtorno obsessivo-compulsivo da personalidade : um padrão de preocupação com ordem, perfeição e controle. Uma pessoa com transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo pode se concentrar excessivamente em detalhes ou horários, pode trabalhar excessivamente, não dando tempo para lazer ou amigos, ou pode ser inflexível em sua moralidade e valores. ( NÃO é o mesmo que transtorno obsessivo-compulsivo . )
  . Transtorno da personalidade paranóica : um padrão de suspeitar dos outros e vê-los como maus ou maldosos. Pessoas com transtorno de personalidade paranóico geralmente assumem que as pessoas as prejudicam ou enganam e não confiam nos outros ou se aproximam deles.
  . Transtorno da personalidade esquizóide:  desapego das relações sociais e expressão de pouca emoção. Uma pessoa com transtorno de personalidade esquizóide normalmente não busca relacionamentos íntimos, escolhe ficar sozinha e parece não se importar com elogios ou críticas de outras pessoas.
  . Transtorno esquizotípico da personalidade:  um padrão de desconforto em relacionamentos íntimos, pensamento distorcido e comportamento excêntrico. Uma pessoa com transtorno de personalidade esquizotípico pode ter crenças estranhas ou comportamento ou discurso estranho ou peculiar ou pode ter ansiedade social excessiva.

O diagnóstico de um distúrbio de personalidade exige que um profissional de saúde mental observe os padrões de funcionamento e sintomas a longo prazo. O diagnóstico geralmente é feito em indivíduos com 18 anos ou mais. Pessoas com menos de 18 anos normalmente não são diagnosticadas com transtornos de personalidade porque suas personalidades ainda estão em desenvolvimento. Algumas pessoas com transtornos de personalidade podem não reconhecer um problema. Além disso, as pessoas podem ter mais de um distúrbio de personalidade. Estima-se que 9% dos adultos nos EUA têm pelo menos um distúrbio de personalidade.

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Tratamento

Certos tipos de psicoterapia são eficazes no tratamento de transtornos de personalidade. Durante a psicoterapia, um indivíduo pode obter insights e conhecimentos sobre o distúrbio e o que está contribuindo para os sintomas, além de falar sobre pensamentos, sentimentos e comportamentos. A psicoterapia pode ajudar uma pessoa a entender os efeitos de seu comportamento nos outros e aprender a lidar com os sintomas e a reduzir comportamentos que causam problemas no funcionamento e nos relacionamentos. O tipo de tratamento dependerá do distúrbio de personalidade específico, de quão grave é e das circunstâncias do indivíduo.

Os tipos de psicoterapia mais usados ​​incluem:
  . Terapia psicanalítica / psicodinâmica
  . Terapia comportamental dialética
  . Terapia cognitiva comportamental
  . Terapia de Grupo
  . Psicoeducação (ensinando o indivíduo e seus familiares sobre a doença, tratamento e formas de enfrentamento)

Não existem medicamentos especificamente para tratar distúrbios de personalidade. No entanto, medicamentos, como antidepressivos, medicamentos anti-ansiedade ou medicamentos estabilizadores do humor, podem ser úteis no tratamento de alguns sintomas. Sintomas mais graves ou duradouros podem exigir uma abordagem em equipe envolvendo um médico de cuidados primários, um psiquiatra, um psicólogo, assistente social e familiares.

Além de participar ativamente de um plano de tratamento, algumas estratégias de autocuidado e de enfrentamento podem ser úteis para pessoas com transtornos de personalidade.
  . Aprenda sobre a condição. Conhecimento e compreensão podem ajudar a capacitar e motivar.
Seja ativo. Atividade física e exercício físico podem ajudar a gerenciar muitos sintomas, como depressão, estresse e ansiedade.
  . Evite drogas e álcool. Álcool e drogas ilegais podem piorar os sintomas ou interagir com medicamentos.
  . Obtenha atendimento médico de rotina. Não negligencie exames ou cuidados regulares com o seu médico de família.
  . Participe de um grupo de apoio de outras pessoas com transtornos de personalidade.
  . Escreva em um diário para expressar suas emoções.
  . Experimente técnicas de relaxamento e controle do estresse , como ioga e meditação.
  . Fique conectado com a família e amigos; evite ficar isolado.

Fonte: Adaptado da Clínica Mayo, Transtornos da Personalidade

Os membros da família podem ser importantes na recuperação de um indivíduo e podem trabalhar com o profissional de saúde do indivíduo nas maneiras mais eficazes de ajudar e apoiar. Mas ter um membro da família com um distúrbio de personalidade também pode ser angustiante e estressante. Os membros da família podem se beneficiar conversando com um profissional de saúde mental que pode fornecer ajuda para lidar com as dificuldades.

Confira também a diferença de psicopatia e sociopatia(clique aqui)

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Fonte: Psychiatry
Traduzido por André Moura


Referências

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5). Associação Americana de Psiquiatria. (2013).

Lenzenweger MF, Lane MC, Loranger AW, Kessler RC. 2007. Transtornos da personalidade do DSM-IV na replicação do National Comorbidity Survey. Biological Psychiatry, 62 (6), 553-564.